sexta-feira, 14 de maio de 2010

O que os olhos vêem, os pés pisam...


Passamos apressados, às vezes correndo, muitas vezes sujando seus cobertores, outras seus “colchões”? Aliás, papelões, e sempre pisamos em suas cabeças.
A sociedade não vê, não sente, não acredita, não assume sua parcela de culpa nesse problema social que acostumamos a manter, prefere atribuir-lhe ao governo, a falta de sorte, a culpa do próprio individuo, até mesmo a Deus.
Não se basta o frio, a chuva, o sol, e claro os nossos pizões, ainda os perseguimos, isto mesmo nós os perseguimos! Por exemplo, quando nossos filhos se reúnem com um grupo de amigos para propagar o terror em suas madrugadas e de suas famílias, ou quando chama-mos a policia para expulsa-las da frente de nossos bancos e restaurantes, e principalmente com o nosso desprezo e até mesmo olhar enojado!
Até querem tira-los da rua, mesmo que seja para mandá-los para outros lugares melhores para eles, talvez o paraíso, como fazem grupos de extermínio e os nossos filhos, talvez um alberg, ou ate mesmo outras ruas mais afastadas dos nossos olhares, e de nossos pés.

Bruno Lima

Taboão da Serra,14 de maio de 2010

PSOL, um passo a frente!


IMAGEM DA FACHADA DA ETEC GUARACY SILVEIRA


Nesta quinta-feira, 13 de maio, militantes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), divulgaram as idéias do partido em frente ao colégio técnico Guaracy Silveira, além de coletarem assinaturas para o movimento “ficha limpa”,um projeto de lei já aprovado na câmara, faltando ainda o senado para que o presidente possa sancioná-la.
O grupo era pequeno, contando apenas com três militantes, entre eles um universitário da USP, e uma aluna do ensino técnico do Guaracy Silveira.Com uma barraca improvisada e bandeiras do partido, os jovens militantes distribuíram jornais sobre o partido, além de alguns livros como; Introdução ao marxismo (a partir da leitura do manifesto comunista) de Israel Dutra.
Coincidentemente no mesmo dia 13 de maio pela manhã um grupo composto de alunos e uma professora debatiam sobre a possibilidade da criação de jornal estudantil na escola, além de reuniões no formato de mesa redonda para discutir e aprender política.
A professora revelou sobre a possibilidade de encontros com representantes de partidos políticos para a exposição de suas idéias e suas propostas, tanto em esfera federal como em estadual.
O Partido Socialismo e Liberdade dá um grande passo a frente em relação aos outros partidos, com força de vontade e crença nos seus ideais, esses jovens militantes, levaram a política tão enfraquecida por escândalos e por ideologias propagadas por muitos com a finalidade de manter uma sociedade desinteressada politicamente, para próximo dos estudantes.
Mostrar aos jovens que eles participam ativa ou mesmo inativamente do quadro político do país, e o mais importante, que eles podem transformar a realidade, é sem duvida um fato digno de respeito e de renovação na esperança de uma sociedade mais justa do que a atual.

Agradecimentos, pelo livro e atenção .

Bruno Lima

Taboão da Serra, 14 de maio de 2010

Os muros são importantes!

A sociedade brasileira vê com maus olhos a pichação das cidades, sob a alegação de que as deixa feias, e de que quem pratica esses atos são marginais. Esse tema tem ganhado grande destaque na mídia, principalmente nos jornais locais, e também merece um destaque neste humilde blog. Será que isso é importante diante de tantos problemas sérios que a sociedade enfrenta?
Sem duvida alguma a sociedade brasileira e a mídia têm que atentar para esse grave problema, ele é muito grave!Segundo quem reclama e a mídia ele deve ser tratado como “caso de policia”, E por acaso os problemas como a falta de moradia e de dignidade, a fome e outras não são? Para que perder tempo com esse assunto? Talvez seja porque os ricos sofrem com esse grave problema, o “choque de realidade”, que uma simples pichação os trás.
Sabemos que pichar os muros da cidade acaba com sua estética, aliás, os brasileiros são muito preocupados com a estética, mas só com a estética! Não se interessam muito com o corpo todo.
Pichar muros é errado de acordo com a mídia e as pessoas que reclamam, porém ninguém acha que pessoas dormindo nas ruas, crianças abandonadas, seres humanos passando fome em frente a um hipermercado repleto de alimentos, é “caso de policia” ou alguém já chamou a policia para resolver essa situação? A mídia acha que isso é “caso de policia”?
Essa é a sociedade em que vivemos e compactuamos, uma sociedade que defende apenas a propriedade privada, uma sociedade que é contra o Ser humano, que se indigna com uma pichação, mas que acha normal pessoas passando fome ou dormindo nas ruas.
Mas, nada que uma boa tinta não resolva, realmente os muros são muito importantes, principalmente para resguardar a vida de ilusão que as pessoas idealizam, um mundo mágico, encantado, onde tudo é belo é maravilhoso.
Francamente, eles são fora do comum, talvez loucos, marcianos ou ETs, quem sabe apenas freqüentadores comuns da Walt Disney.

Bruno Lima

Taboão da Serra, 14 de maio de 2010

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Não Penso! Logo existo.

Os jovens nunca antes na historia receberam tantas informações e por tantos e diversos meios, mas, essas informações estão se perdendo ao não serem transformadas em conhecimento. A escola sem perceber acaba por criar “maquinas de aprender”, que são incapazes de formular idéias, e ao menos relacionar essas informações ao seu cotidiano de forma a contribuir para a compreensão e resolução de problemas.
Os professores não são culpados por essa criação, o verdadeiro culpado é o sistema educacional ultrapassado, que cria enciclopédias ambulantes, capazes de gabaritar uma prova de vestibular por mais difícil e por mais exigente que ela seja, mas incapaz de produzir jovens com pensamentos organizados e construtivos.
Na verdade tudo que é supostamente pensado parece uma recriação de pensamentos já expressados e formulados antes, assim as pessoas ficam reféns a seguir por uma só linha de raciocínio, sem buscar uma alternativa própria, uma solução para resolver até mesmo seus conflitos existenciais.
Qual seria o papel da escola se não a reunião de pessoas carregadas de pensamentos, que se encontra em um lugar nobre e mágico prontas a formular idéias?
É preciso que a escola cumpra o papel de formadora e não de informadora, informar é o primeiro passo para formação, mas sozinho acaba por transformar qualquer um em um verdadeiro banco de dados inútil, que está presente em nossa memória, mas incapaz de rastrear qualquer informação que possa ser aplicada em determinada situação do cotidiano.
Seria necessário que os problemas fossem expostos aos jovens sem a solução, de modo com que eles fossem incitados e provocados a buscar uma solução para o problema. Claro que na maioria das vezes não encontrarão, pois sabemos que por mais simples que seja o período necessário é grande.
Desse modo os Jovens teriam que de qualquer forma organizar pensamentos que o leve a criar uma idéia, por mais que esteja equivocada, esse jovem criou sua linha de raciocínio de forma própria e independente, organizando suas idéias para transformá-las em conhecimento, em cima de seu acerto ou erro.
A escola precisa ser um local onde se forma pensadores e não alienados incapazes de buscar soluções para os inúmeros problemas. Pensar é claro que todos pensamos, mas pensar produtivamente, de forma a organizar esses pensamentos, propondo alternativas, novos caminhos, expandindo cada vez mais os horizontes, isso não fazemos.
Talvez esse seja o principal desafio educacional do século. Mudar o sistema educacional significa mudar a sociedade futura, uma vez que a educação tem papel importante na formação social do individuo.
Talvez esse sistema ultrapassado, seja o principal culpado pelo desinteresse dos jovens na escola, permanecer varias horas todos os dias sentado, ouvindo o professor falar sobre coisas muitas vezes de séculos atrás, sem poder participar, ficando apenas como espectador de um longo filme, onde você não pode dialogar com os acontecimentos e idéias propostas, onde você não é provocado a pensar a respeito, tendo tudo pronto e formulado, cumprindo apenas a função de "apreender"? e memorizar, sem duvida nenhuma é muito chato!




Bruno Lima


TABOÃO DA SERRA, 07 DE MAIO DE 2010.

domingo, 2 de maio de 2010

Computador versus celular

Eu no começo virei febre entre as massas, todo mundo me queria, rico, pobre, branco, negro, todos. Eu era ate feinho, me chamavam de tijolo sabe; Mas me amavam, cuidavam de mim como se eu fosse um bebe, não desgrudavam de mim um só minuto, como ainda fazem hoje, não me emprestavam por nada, afinal eu era uma forma de caracterização de estatos da pessoa que me tinha.
Os tempos mudaram, eu fiquei mais bonitinho, só que a concorrência aumentou, agora um tal de computador quer competir comigo, vê se pode? Logo comigo, eu tenho mais de 100 milhões de unidades vendidas, sou acessível a praticamente todas as classes sociais.
Falam que ele e mais barato, manda email, conversa em tempo real, transmite imagens...
Confesso que de inicio assustou, mas logo em me adaptei a competir com ele, e sinto-me muito melhor, afinal faço praticamente tudo que ele faz, eu faço a transmissão de TV ao vivo, mando email, a minha conta e mais barata, não sou infectado por nenhum vírus na rede etc... Além de ter vendido mais de 100 milhões de unidades!
A quem diga que ele é um bom instrumento, mas não se compara a mim, pois sou portátil e discreto, caibo dentro de qualquer bolso por menor que seja, alem de ter vendido mais de 100 milhões de unidades.
As más línguas dizem que sua venda esta crescendo no país, posso ate acreditar, mas e preciso lembrar que as pessoas são reféns de mim, as coisas foram feitas para serem usadas, as pessoas para serem amadas, mas comigo é diferente, as pessoas me amam e usam as pessoas para me fazer funcionar.
Por isso sou melhor que o computador, afinal foram vendidas mais de 100 milhões de unidades de mim mesmo!
Eu sou como você já sabe o celular, no futuro vou fazer ligações sozinho, mandar email sozinho, e pular com uma antena só...

As novelas no controle

As novelas brasileiras são um espetáculo aparte, eles empolgam e animão os telespectadores com o seu fascinante mundo, elas representam maciçamente a classe mais favorecida da sociedade brasileira, mesmo sendo que, a maior parte de quem a assiste são os pobres, que tem nela sua virtual “realização", e seu real domínio...
A novela é um instrumento de controle sobre a sociedade, pode-se constatar isso com o enredo de uma novela. Alguém se lembra de alguma novela que a população se revoltou contra o governo? Os personagens principais eram pobres? A história passava-se num lugar miserável do Brasil? As personagens principais pegavam ônibus superlotados? As escolas eram degradadas e inseguras? Os personagens sofriam com a fragilidade da lei? Será que alguém se lembra de uma novela recente em que a sociedade é ativa politicamente?
Na verdade, as novelas não mostram isso, elas mostram personagens ricos, que fazem parte de um belo quadro social, que tem seus belos carros caríssimos, suas belas mansões, suas sucedidas empresas...
E... negros representando essa elite? Tudo bem que na vida real os brancos estão por uma serie de razões no topo da pirâmide de classes, mas os autores quando criticados sobre a vulgaridade, a falta de valores, a prostituição, a imoralidade... Das personagens da novela, argumentam que é apenas uma historia fictícia? Pois bem, se é uma historia fictícia, porque motivo não colocar mais negros na elite? Porque não fazer uma novela em que a sociedade é altamente crítica, ativamente política, que luta pelos seus direitos e cumpre com os seus deveres? Por que não passar valores para os telespectadores?
E fácil responder a todas essas perguntas, se elas mostrassem tudo isso, as pessoas se familiarizariam com as idéias, incluiria tais valores na sua cultura, e aí a coisa mudaria muito, as pessoas pressionariam o governo de norte a sul desse país. Mas por acaso não teve emissora que conviveu com a ditadura? Lado a lado com o governo enquanto outras eram fechadas?
As novelas controlam a maior parte da população, com as suas táticas e instrumentos deixam a população cada vez mais apática e insensível aos problemas sociais, é o país cada vez pior.
Bruno Lima

sábado, 1 de maio de 2010


A invasão dos grandes núcleos urbanos


A cidade é um caus, o transito é insuportável, á poluição sonora e visual, á violência, tumulto e um crescimento desordenado e desenfreado das grandes cidades. As favelas dominam o ambiente, todo o espaço é ocupado, é o conhecido êxodo rural. Esse grave problema só será resolvido com uma ampla reforma agrária no país.
HÁ algum tempo, nasceu em Cascavel (PR), um movimento chamado MST (movimento dos sem terra), composto por trabalhadores que davam sua Mão de obra em troca de uma humilde casa nos grandes latifúndios do interior do país. Esse movimento tinha o objetivo de chamar a atenção das autoridades federais para a questão da grande proporção de terra nas mãos de poucas pessoas, ou seja, buscavam uma ampla reforma agrária nos país. Seja pelas manifestações pacificas ou pelo uso da força, por qual ganhou destaque na mídia e ate no cenário político do país.
Esse movimento ganhou grande força nesta ultima década, conquistando simpatizantes é inimigos poderosos. Porém não foram todas as pessoas que se puseram a levantar a bandeira do MST, dava se inicio a um grande mar de pessoas se deslocando do interior para os grandes centros.
A partir de então, sem um comprometimento das autoridades em relação a um plano estrutural, as cidades se transformaram em uma grande bagunça generalizada, onde os problemas se agravam diariamente, principalmente os de ordem social.
É obvio que os migrantes do interior do país, não conseguiriam em sua maior parte se estabilizar nas grandes cidades, sem um estudo, pois trabalhavam para viver, (não tinham tempo nem oportunidades para estudar), assim não conseguiram empregos decentes nos grandes núcleos urbanos, e adicionando os que já habitavam as cidades o numero de desempregados e outros problemas se agravaram.
Por isso as cidades só terão estabilidade se for realizada uma ampla reforma agrária, onde quem conhece bem o campo possa lá viver, de uma forma melhor que no asfalto das grandes e conturbadas cidades. Sem depender dos grandes detentores de terra que habitam o interior do país, assim vivendo em sua própria terra, com sua própria plantação e criação de animais. Porém é importante ressaltar que, esse novo setor de pequenos produtores rurais, só alcançara êxito se o governo subsidiar esse novo e frágil mercado que estará sendo criado.




Bruno Lima


Taboão da Serra, 31 de janeiro de 2009