sábado, 27 de agosto de 2011

Diálogos

Um mundo em movimento



P

ara os que sempre afirmaram que o fim da história teria chegado ao fim com a hegemonia completa do sistema capitalista praticamente no mundo todo, agora tem de mudar o discurso e aceitar que a história só acaba quando o ser humano acaba.Discurso muito promovido por sociólogos, políticos e até mesmo historiadores, intelectuais em geral, a implantação do sistema capitalista nos quatro cantos da terra, contando favoravelmente para isso, com a ruína do império socialista (URSS), seria o fim da história, ou seja, a polaridade política e econômica promovida pelo liberalismo pregado pelo “eixo do mal” acabaria, por de certa maneira ser a única força do mundo realmente poderosa.Mas o discurso agora parece, aos olhos do mundo, um discurso com pouco fundamento prático. Como explicar, por exemplo, a faxina que os árabes estão promovendo no oriente médio?
Dizer que depois da queda do socialismo, marcada principalmente para muitos, com a derrubada do muro de Berlim, apenas os mulçumanos fariam de alguma forma resistência ao liberalismo e as idéias ocidentais como um todo, pode até ser aceita como verdade, mesmo que seja parcial, porém o que muitos se esqueceram ao formular o discurso de fim da história é que, o nosso sistema é falho, ele causa inevitavelmente e inegavelmente, uma luta acirrada e atualmente disfarçada entre os que mandam e os que obedecem entre os que muito têm e os que nada têm entre os que realmente trabalham, e dos que realmente ganham com o trabalho alheio.A sociedade pode ser vista como uma pirâmide, como propunha Marx, onde uma enorme base sustenta o pequeno cume, quanto mais pesado for esse pequeno cume, mais pressão exerce sobre a base, ou seja, aplica nesta base uma maior força, mas recorrendo as leis da física, um conceito básico das leis de newtonianas, diz que na mecânica As forças de ação e reação entre dois corpos que interagem são iguais em modulo e direção, e são opostas no sentido”, ou seja, quanto mais a elite capitalista usurpa o povo, mais o povo se volta contra essa elite. Podemos dizer então que essa concepção que é de certa forma simples, em que recorremos à física para explicar a sociedade e toda sua engenharia mecânica onde toda a humanidade está acoplada, é aplicável no nosso presente, e só elevarmos nossos olhares para os estudantes chilenos, os povos árabes, os jovens espanhóis, gregos, portugueses ou mais recentemente os britânicos, e compreenderemos na prática que a crise financeira iniciada em fins de 2007 e inicio de 2008 foi uma força que a elite (o cume da pirâmide), por defender um sistema tão falho, inclusive para si próprios, aplicou sobre a população geral (base da pirâmide) e que essa força, não fora deveras, amortecida como dantes pelas maravilhosas promessas que o capitalismo ofereceu a todos nós, as quais já comprovamos serem fantasiosas.
É essa força que principalmente, mas não somente a juventude de todo o mundo está aplicando contra o sistema, seja por contestação política ou por exigências de mudanças, e conseqüentemente nos que mantêm o sistema funcionado que nos possibilita dizer que o discurso de fim da história, não passou de uma leitura feita com olhos míopes de um mundo sem movimento.

                                                                                           Bruno Lima


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